PERVERSIDADE E ARTE
A ideia deste texto será analisar
artistas que caminharam contra-cultura para expor ao longo dos séculos os
"desvios sexuais", instigando a produção de arte seja ela no cinema,
nas artes plásticas, na música ou até mesmo na literatura, provocando a
percepção do público e assim divulgando, desmistificando ou até mesmo exorcizando
grandes tabus da sexualidade.
Iremos percorrer sobe a história de
obras e artistas sem uma regra cronológica, mas com a intenção de lançar de
informação de grandes nomes da produção artística que se colocaram à frente de
qualquer preconceito somente em nome da liberdade de expressão e sexual ou
somente de uma sociedade primitiva que documenta seu modo de vida em seu tempo.
Iremos da arte rupestre à idade média,
da pop art até a música pop de Madonna, da pornografia transgressora dos clipes
de Rammstein até as histórias fantásticas e deliciosos de Marques de Sade.
A excitante poesia na fotografia de
Robert Mapplethorp
Conhecido como um grande divulgador da
cultura gay BDSM a partir de suas icônicas imagens preto e branco e com alto
conteúdo homoerótico, Robert Mapplethorp (1946/1989) foi um dos poucos artistas
que tiveram a coragem e o poder de escancarar com tanta doçura a perversidade
da sociedade em que viveu.
Da sua infância no Queens, durante sua ascenção e
sucesso, até sua morte no fim dos anos 80 sendo vítima da Aids, Mapplethorp foi
assíduo frequentador da Factory, estúdio de performance artística de Andy
Warhol. Estudou música, artes plásticas, escultura mas não terminou seus
estudos. Foi casado durante anos com Patti Smith e anos depois se assumiu
publicamente homossexual. Após essa fase, delineou sua vida artística, pois vivia
no submundo sexual gay mais perverso e radical. Se sua vida artística e pessoal
teve várias mudanças, mas foi na fotografia que ele se afirmou como um nome
visionário e perturbador.
Conhecido geralmente por imagens em preto em branco
com forte teor sexual e conotação sadomasoquista, começou a se expressar com
esculturas e colagens de revistas eróticas. Foi muito influenciado por Warhol e
Hockney.
Foram clicados por ele grandes nomes como o já
citado Andy Warhol, Ricardo Gere, Grace Jones, fotografou para revistas de
grande circulação do meio da moda como a Vogue mas somente teve uma grande
expressão como artista a partir de 1977, com duas exposições, sendo uma delas
dedicada a nus masculinos e ícones BDSM, isso em um tempo onde manifestações
artísticas com temas homossexuais estava distante do alcance do público e ainda
eram um imenso tabu.
Sua obra confundia o espectador, que hora o
entendia como um retratista de imagens nada convencionais com celebridades em
poses agressivas, casais em pleno coito, homens nus e outra como participante
com seus auto retratos com poses sórdidas.
Assim como outros artistas, Mapplethorp propõe
chocar por meio de sua produção artística, com imagens chocantes, agressivas ou
até mesmo escatológicas em seu tempo, mas abrem a possibilidade de diálogo
em prol de um mundo menos preconceituoso e mais aberto à diversidade sexual.
Texto do escravo nº 1 – DOM BARBUDO
Mapplethorp, a luz do obscuro, a cor do branco&preto.
ResponderExcluirO tesão nosso de cada dia.
De volta, escravo nº1? Ou nunca foi. Ou talvez tenha entendido tudo errado.
ResponderExcluirLegal o seu texto e a sua proposta.
número 123, fico muito impressionado com a sua dedicação e atenção com os comentários, fatos , fotos, matérias publicadas, esse é um belo exemplo.
ResponderExcluirDe fato o meu escravo fixo número 1 já não me pertence mais, ganhou o mundo, mas sempre será o meu tão especial escravo nº 1.
Esse texto ele produziu há algum tempo e somente postei agora, como várias sessões, ensaios, relatos, etc, existe uma defasagem de produção e publicação, para assim assegurar postagens quase que diárias!
Obrigado pelas suas postagens, já disse mas reforço: EU GOSTO MUITO DO CONTEÚDO E DA SUA FORMA DE VIVER O MUNDO!
Acho que vim ao mundo com bons aplicativos em relação à dedicação e à atenção e realmente não gosto de ler algo por ler. Se leio, leio com atenção.
Fico muito contente em saber que o Senhor gosta do meu jeito de viver o mundo e ser o número 123 faz parte deste mundo. Pena que até o momento o 123 só consiga se materializar em forma de bits eletrônicos. Talvez seja este o destino do 123.
De perspectivas diferentes, a minha vinda daqui de baixo e a sua lá de cima, percebo que compartilhamos muitos entendimentos do mundo.
Muito obrigado Senhor. Muito obrigado Dom Barbudo.