15 de mar. de 2015

Relato - número 103

O presente relato não tem como objetivo ser um conto erótico. A proposta é a escrita de uma dominação psicológica pelo Dom Barbudo.

Apertei o interfone. Informei meu nome. Entrei no elevador. Enquanto apertava o andar, as portas se fechavam e o frio na barriga surgia inevitavelmente. Eu fora dominado uma única vez, há mais de 6 anos.Não gostaria que o DOM Barbudo notasse meu nervosismo, mas, ao mesmo tempo, evitá-lo era uma ação impossível. Sabia que, ao entrar no apartamento, eu seria do DOM. Eu não seria mais eu em essência, e sim uma propriedade. Avistei a porta do apartamento e me dei cinco segundos para respirar fundo. Sim, eu queria ser dominado, eu queria me ceder ao DOM Barbudo. Fechei os olhos e abri a porta. Tudo, então, combinado: abri a porta, encontrei o lugar próximo à poltrona e me ajoelhei. O DOM chegou, inspirando uma superioridade quase indescritível. Não olhei para ele, mas conseguia senti-lo próximo a mim. E eu, ajoelhado e de costas, mal sabia que a minha maior humilhação psicológica estava prestes a começar. O DOM carregava uma prancheta que prendia algumas folhas. “Leia”, me disse enquanto sentava-se ao sofá. E eu continuava e joelhos e com a cabeça baixa. Eu tremia, não conseguia segurar a caneta. Consegui ler todo o contrato em alguns minutos. Meu número era 103. “Senhor, serei um número?”. “Sim”, ele respondeu. Naquele momento, naquele lugar, eu era apenas um número. Nada além. Um número com um contrato no qual eu permitia certas ações físicas. A humilhação psicológica em ser um número refletia no comportamento físico: eu era um escravo, um obediente escravo de número 103 que deveria servir ao DOM Barbudo. O DOM com um nome, eu com um número. O DOM sendo alguém, eu apenas para servi-lo. Após assinar o contrato, tive 10 segundos para tirar toda a minha roupa. Já estava sendo humilhado vestido, corri para tirar toda a minha roupa. Tremia. Estava nu na frente do DOM. De fato, já era uma propriedade dele: e eu sabia muito bem o meu papel. Logo nas primeiras práticas, meu corpo já não correspondia à minha mente. Via-me humilhado enquanto meu pau nunca estivera tão rígido. O medo e o tesão estavam ali, presentes no número 103, assim sendo uma balança: quando alguma técnica mudava, o medo ultrapassava o tesão – e, quando o tesão começava a ser demonstrado, a técnica mudava; logo, o medo voltava a ultrapassar. Em um dos momentos, minhas mãos foram vendadas. Ali, já sabia que não poderia fazer mais nada. Nada além de me lembrar do código dado a mim quando não suportasse mais. Mas eu queria superar o medo. O tesão gritava enquanto sabia que estava sendo inferiorizado ao máximo da minha essência. Além de não ter mais nome, estava completamente nu e já não tinha mais nenhuma possibilidade de ação: olhava para o DOM com medo, como se estivesse pedindo alguma súplica. Aquilo, aquela coisa, era eu. E no instante em que fui algemado na parede, entendi o que estava acontecendo. Eu, o 103, era um objeto do DOM Barbudo e me restava lançar o olhar de total agradecimento, pois ele me oferecia o que meu instinto de escravo: um pobre capacho sofrendo (e gostando) em suas mãos. Agradeço ao DOM Barbudo pela paciência e confiança oferecida. 103